Commodities ambientais

Ativos ambientais com valor de mercado
O PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -aponta o Brasil como uma “superpotência da biodiversidade”. O país tem o maior número de espécies nativas e concentra entre 15% e 20% de toda a diversidade biológica mundial.
O Brasil ganha destaque no cenário econômico mundial e relevância ambiental, numa era em que a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais é crescente. Investidores do mundo todo estão de olho nas possibilidades de ganho e na ascensão de um promissor mercado consumidor brasileiro.
Mas, ao mesmo tempo, bancos, fundos e administradoras financeiras globais buscam opções de investimentos com características “verdes”. As empresas que atendem às exigências de preservação e conservação ambiental da legislação vigente, e que possuam um modelo de governança transparente, moderno e alinhado com as questões sociais são as opções mais indicadas pelos especialistas atualmente.
Neste contexto surge o termo commodities ambientais ou ecommodities são mercadorias originadas de recursos naturais, como créditos de carbono das florestas, energia limpa (eólica, solar) e água potável. As commodities ambientais são mercadorias negociáveis em bolsa que têm sua origem no meio ambiente e são produzidas com base na preservação ambiental e em condições sustentáveis, ou seja, o material utilizado na produção é reposto, como é o caso do reflorestamento – retira-se da natureza a madeira, mas há a preocupação de compensar a perda, plantando-se novas árvores. Essa prática também é conhecida pela engenharia florestal como taxa de exploração sustentável. Commodities ambientais são mercadorias baseadas na preservação do meio ambiente, com o propósito de obter uma produção ambientalmente sustentável.
As commodities ambientais podem ser divididas em sete matrizes: água, energia, biodiversidade, madeira, minério, reciclagem e controle de emissão de poluentes (água, solo e ar). Estas matrizes são insumos vitais para garantir a sobrevivência da indústria e da agricultura.  
HISTÓRICO DO CONCEITO DE COMMODITIE AMBIENTAL NO BRASIL
Em junho de 1999, o Inventário dos Recursos Econômicos da Mata Atlântica, coordenado pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, trouxe a público um trabalho de pesquisa do  "Curso Introdutório Para Capacitação dos Economistas em Projetos Econômico-Financeiros Para o Mercado de Commodities Ambientais", promovido pelo Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo com apoio da Ordem dos Economistas de São Paulo e parceria do Projeto Comunidade CES-CTA (Centro de Estudos Ambientais da Flórida – USA, fundado em julho de 1994, pelos Reitores do Sistema Universitário do Estado da Flórida, e Consultant, Trader and Adviser). Este grupo de trabalho teve como objetivo sugerir um roteiro para projetos de commodities ambientais (CA’s), produtos, como: orquídeas, bromélias, erva-mate, xaxim, palmito, plantas medicinais, caixetas, etc.  cuja comercialização exigia um novo mercado financeiro.  Surge então a proposta da BECE –  Brazilian Environment Commodities Exchange, ou Bolsa Brasileira de Commodities Ambientais - de construir mecanismos financeiros estimuladores e protetores do desenvolvimento sustentável. 
No Brasil, a discussão do papel das commodities ambientais no desenvolvimento sustentável ainda é incipiente. A ONU aponta o país como uma potência nesta área, mas o assunto carece de regulação, a legislação brasileira não acompanhou as evoluções deste setor, talvez nem a sociedade.

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