Economia da natureza e o desenvolvimento humano

A relação entre Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e ecologia

A relação entre meio ambiente e desenvolvimento começou a ser discutida no Painel realizado em Founex, na Suíça, em 1971, em que países em desenvolvimento e desenvolvidos discutiram questões sobre problemas ambientais e até hoje é discutidas em fóruns, debates e conferências internacionais. A análise do desenvolvimento face à ecologia é de fato um dos grandes dilemas para se alcançar o desenvolvimento sustentável.

Na época o objetivo do Painel de Founex foi defender que a conservação do meio ambiente não era barreira para o desenvolvimento, mas parte do processo. No Rio de Janeiro, durante a Rio-92, a relação entre homem e natureza voltou ao centro dos debates. Na ocasião, foram aprovados diversos documentos importantes dentre eles a Agenda 21, um plano de ação mundial que busca reduzir os impactos da transformação desenvolvimentista.

Recentemente, durante a COP – 10, no Japão, o foco da negociação internacional foi colocar em prática a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), assinada em 1992, que prevê a divisão dos lucros pelo uso da biodiversidade entre os países usuários e provedores de matéria-prima natural.

Por países usuários entende-se o bloco das nações industrializadas, sedes de multinacionais que prospectam e utilizam economicamente a matéria prima- natural e que detêm capital e tecnologia para o registro de patentes e a transformação em produtos que geram lucro.
Por países provedores entende-se os países em desenvolvimento ou pobres, mas ricos em biodiversidade e recursos genéticos para medicamentos, alimentos, cosméticos e outros produtos industriais.
As convenções internacionais cada vez mais aproximam os temas ecologia e desenvolvimento. Nas negociações estão, de um lado, países como Brasil, Índia, México , África do Sul, Malásia e Indonésia, que defendem as compensações pelo uso e exploração da sua biodiversidade e de outro lado o grupo de atores de peso como Alemanha, França, países nórdicos e Canadá.
O confronto vai além das questões ambientais: envolve cada vez mais o debate sobre o direito das nações em desenvolvimento de também crescerem e consumirem. Os desenvolvidos almejam frear este ímpeto, mantendo intocada a riqueza natural dos pobres e rejeitam a idéia de compensar financeiramente os recursos já extraídos.
O fato é que é preciso melhorar a vida das pessoas, pois de acordo com a ONU a verdadeira riqueza das nações são as pessoas. O maior dilema que a civilização enfrenta é: como avançar de forma diversa da atual, freando a destruição da biodiversidade e elevando o IDH do planeta?

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