Desenvolvimento Sustentável X Sustentabilidade

COM ADENDO DA FGVonline (História da Questão Ambiental) - 11/05/2010

A sustentabilidade global foi definida no Relatório Brundtland – como ficou conhecido, mundialmente, o relatório Nosso futuro Comum, de 1987, em homenagem a Gro Harlem Brundtland, Ex-Primeira Ministra da Noruega e Presidente da referida comissão – como a habilidade das sociedades para satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de atenderem a suas próprias necessidades.
Resumão Política Verde II
Para diferenciar desenvolvimento sustentável de sustentabilidade será preciso resgatar quando a necessidade de um novo modelo teve início.

Este despertar para as urgências planetárias, causadas pelo modelo do lucro a qualquer preço, é um processo de ordem cooperativa. Sociedade civil, governos e empresas, todos tem que colaborar! As local actions tem que estar alinhadas com o pensamento de que NÓS TOMAMOS EMPRESTADOS DE NOSSOS BISNETOS ESTE MUNDO!

OUTRO ADENDO DA FGVonline - História da Gestão Ambiental - 11/05/2010
O Painel realizado em Founex, na Suíça, em 1971, em que países em desenvolvimento e desenvolvidos discutiram questões sobre problemas ambientais iniciou o relacionamento meio ambiente e desenvolvimento, defendendo que esses conceitos não eram incompatíveis: a conservação do meio ambiente não era barreira para o desenvolvimento, mas parte do processo em construção.

Outro grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem dúvida a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92), na qual foram aprovados diversos documentos importantes dentre eles a Agenda 21, um plano de ação mundial que busca reduzir os impactos da transformação desenvolvimentista.

Para Marijane Lisboa, professora e uma das fundadoras do Greenpeace no Brasil, o desenvolvimento na concepção ocidental capitalista quer dizer “mais bens e serviços a serem consumidos”. Mas consumidos por quem? Já que os frutos do crescimento não são distribuídos de forma igualitária? Pelo contrário, o desenvolvimento, dependendo da cultura, aprofunda ainda mais as diferenças sociais desencadeando consequências como violência e intolerância entre os homens.

Marijane lembra que os índices mais altos de violência estão no lugar onde o desenvolvimento está acontecendo, na área de mineração do Pará, por exemplo. Marijane propõe outro questionamento, para uma análise mais profunda do tema:

“Como surgiu a pobreza? Não nascemos pobres, se vira pobre!”

Eli da Veiga analisa a questão do DECRESCIMENTO. Ele explica que existem países, como a Escandinávia, que independem de crescimento econômico para serem desenvolvidos. Para ele ser desenvolvido é poder viver na sua plenitude as “liberdades humanas”.

Neste sentido Marijane contribui com a ideia de Eli ao afirmar que “não existe uma forma única de se desenvolver”, que “cada cultura tem características próprias que vão definir o caminho a seguir rumo ao desenvolvimento”.

É este caminho que a humanidade vem percorrendo que se coloca em cheque hoje. O que se iniciou lá na Eco 92 se acirrou com a crise do modelo econômico em 2008.

Bärbel Höhn, Deputada Federal do PV da Alemanha, aponta que “a recente crise expôs o neo-liberalismo, mas o capitalismo que esgota nossos recursos ainda não morreu. A crise gerou reflexões na opinião pública e deu partida em um processo de pensar um novo modelo de convivência entre os homens.

Além da Eco 92 e da crise de 2008, outro fator contribuiu para o amadurecimento e participação da sociedade nas questões de consumo, mercado, crise e meio ambiente, a INTERNET.

Com o advento da WEB 2.0, caracterizada pelas redes sociais e diversas mídias que induzem à pré-compra, a sociedade vem mudando sua forma de consumir. São as chamadas LOCAL ACTION, (assunto já tratado no blog).

Já se percebe uma aproximação cada vez maior do consumidor com suas marcas preferidas e o que se vislumbra é que dessa nova relação surja uma pressão da sociedade por mecanismos de produção e distribuição cada vez mais responsáveis social e ambientalmente. É a era do NOVO CONSUMO.

Ou seja, a mudança do paradigma atual (produção e consumo) pode se dá também através do poder das pessoas sobre as empresas, governos e institutos internacionais, que segundo Jean Pierre Leroy são estes setores dominantes que “se dizem definidores do nosso futuro”. (Leia mais sobre Web 2.0 no blog, RESUMÂO: COMO TRABALHAR SUA MARCA NA WEB 2.0, o poder das pessoas).

Para Barbara Unmüssig, Diretora Geral da Fundação Heirich Böll, a crise social e ecológica se acirrou. Hoje as ações, segundo Barbara, são mais urgentes, “para prevenir mudanças climáticas cada vez mais perigosas”.

Ela aponta o BRIC´s, bloco econômico que mais se desenvolve atualmente e que inclui Brasil, Rússia, Índia e China, como esperança já que eles tentam “quebrar a ditadura do Norte, mas o bloco ainda não inovou a orientação política e econômica. Ainda estão marcados pelo anseio de crescer”.

Barbara lembra que essas sociedades ainda SOBREVIVEM, pensam primeiro na urgência, n gênero de primeira necessidade, comer, depois pensar criticamente sobre sua própria situação. Ela explica que "por isso, programas como Fome Zero, Bolsa Família, etc. são tão importantes para a popularidade dos governantes".

Este NOVO PENSAR é abstrato, segundo Barbara “as vantagens do futuro tem que ser trabalhadas no presente”. Isso é estratégia, isto é SUSTENTABILIDADE, a capacidade de uma sociedade ou atividade se manter por tempo indeterminado, sem provocar danos ou esgotamento dos recursos naturais e sendo capaz de considerar o bem-estar dos seres humanos .

Desenvolvimento Sustentável é um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer o bem viver das gerações futuras.

Esta concepção começa a se formar e a se difundir junto com o questionamento do estilo de crescimento ou desenvolvimento econômico adotado, quando se constata que este é:
  • ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais;
  • socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social;
  • politicamente injusto com concentração e abuso de poder;
  • culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores;
  • eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies.
Jean Pierre Leroy, Assessor para assuntos de Meio Ambiente da FASE, aponta algumas soluções adotadas pela Alemanha que buscam este equilíbrio entre desenvolvimento humano e respeito à natureza. Lá, ele conta, se utilizam as energias alternativas capazes de gerar muito mais emprego no lugar das tradicionais que intervém muito no meio ambiente e nas comunidades locais, como hidrelétricas.

"Na Alemanha e em outros países desenvolvidos se pensa em cooperativas no lugar de empreiteiras e em casas solares no lugar das populares" - Jean Pierre

Para Eli da Veiga “não é o planeta que corre risco, porque apesar de toda a intervenção ele vai continuar a existir fisicamente de alguma forma, é o homem que tem prazo de validade".

Fontes complementares:
http://www.catalisa.org.br/

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